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Abandono
Sofia Arez, 2013

"Amplius invenies in silvis quam in libri." Bernard of Clairvaux

St. Bernard said he would learn more in woods than in books, and that the monk would learn more in the shade of a tree than at school, suggesting the contemplation of nature and attention to everyday’s raw surroundings as a means to know the mystery of absolute love.

More than the weight and aesthetic enjoyment of art for art, he sought the enjoyment of the presence of the absolute, that the immateriality of light with its contrasts, the despoliation of the bare walls, and the shapes raising to the heights suggest and provide.

In Abandono (Abandonment) it is given to see a fragment of the canopy of an olive tree. A fragment that is comparable to what a human being is to the Universe: he may never understand it or fill at all. A fragment in mutation that is something open, incomplete.

Starting from the light as a sign of time passing as Gonçalo Byrne in the rehabilitation of the monastery: “It is indeed in the light, par excellence the raw material of architecture, and its revelatory/epiphanic capacity that lies the main temporal link of space. This is mainly what introduces the sequentiality, the alternance, the diachrony of time.”

The Cloister of Silence, also called Cloister of Processions or D. Dinis, is the heart of the Monastery, around which was developed the daily life of the monks; it was the obligatory access to all offices and a place of reading and meditation. It was also in this space that the Cistercian monks performed the Via Crucis until the sixteenth century.

As the Divine Office merges (and founds) the motto of the Cistercian monastic life – Ora et Labora – qualifying prayer as the main activity in the life of the monk and the effort of making as a means to come to its end, also Abandono seeks this encounter between contemplation and creative action.

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Abandono has the support of the Secretary of State for Culture/General Directorate for Cultural Heritage/Alcobaça Monastery, Cultural Institute of the Macao Special Administrative Region Government, Municipality of Alcobaça and Jular Madeiras.

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Author: Sofia Arez

Installation Design: Sofia Arez, Diogo Teixeira e Nuno Soares

Structure: Jular Madeiras

Equipment: Balaclava Noir

Production: Expoente

 

"Amplius invenies in silvis quam in libri." Bernardo de Claraval

São Bernardo dizia aprender mais na floresta do que nos livros e que o monge aprenderia mais à sombra de uma árvore do que na escola, sugerindo a contemplação da natureza e a atenção à envolvente crua do quotidiano como meio de conhecer o mistério do amor absoluto.

Mais do que o peso e a fruição estética da arte pela arte, procurava o gozo da presença do absoluto, que a imaterialidade da luz com os seus contrastes, o despojamento das paredes nuas, e as formas a elevarem-se para as alturas sugerem e proporcionam.

Em Abandono é dado a ver um fragmento da copa de uma oliveira. Um fragmento que é comparável ao que o ser humano é para o Universo: nunca o pode compreender nem preencher em absoluto. Um fragmento em mutação que é algo de aberto, incompleto.

Parte-se da luz como sinal da passagem do tempo tal como Gonçalo Byrne na reabilitação do Mosteiro: «É de facto na luz, por excelência a matéria-prima da arquitectura, e na sua capacidade reveladora/epifânica que reside o principal vínculo temporal do espaço. É sobretudo ela que introduz a sequencialidade, a alternância, a diacronia do tempo.»

O Claustro do Silêncio, também chamado de Claustro das Procissões ou de D. Dinis, é o coração do Mosteiro em torno do qual se desenvolvia o quotidiano dos monges, passagem obrigatória de acesso a todas as dependências, e também local de leitura e meditação. Era, ainda, neste espaço que os monges cistercienses até ao século XVI realizavam a Via Crucis.

Tal como no Ofício Divino se funde (e funda) o mote da vida monástica cisterciense – Ora et Labora –, qualificando a oração como actividade principal na vida do monge e o esforço do fazer como meio de chegar ao seu fim, também com Abandono se procura esse encontro entre a contemplação e a ação criativa.

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Abandono tem o apoio do Secretário de Estado da Cultura/Direção-Geral do Património Cultural/Mosteiro de Alcobaça, Instituto Cultural do Governo da Região Autónoma Especial de Macau, Câmara Municipal de Alcobaça e Jular Madeiras.

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Conceção: Sofia Arez

Design de Instalação: Sofia Arez, Nuno Soares e Diogo Teixeira

Estrutura: Jular Madeiras

Equipamento: Balaclava Noir

Produção: Expoente